Sobre o masoquismo dos portugueses e as eleições


Jerónimo de Sousa perguntou se o povo português era masoquista. Pois eu acredito que seja, ou então disfarça muito bem. Os portugueses acreditam que tudo isto é o maldito fado, o destino que está traçado, a vontade de deus, ele manda e nós temos que acatar. Foi deus que nos mandou estes políticos ladrões, que por acaso elegemos ou deixamos eleger porque era um dia bom demais para ir perder tempo a fazer uma cruz num papel. Depois queixamos-nos o ano inteiro de que os políticos são todos uns ladrões, são todos iguais e que não vale a pena votar. Sim, os que nós elegemos são todos iguais porque se repararem, são sempre os dos mesmos três partidos.

E os outros? “Os outros são comunas, são pelos drogados e são esquerda caviar, são racistas, são pelos animais, são pelo D. Duarte, pelo ambiente, os outros também são comunas e todos os outros que não conhecemos só querem um tacho”.

Ninguém é sério, por isso uns não votam, e os outros quase todos votam nos que já conhecem: “Afinal sempre fizeram alguma coisa. Aquele até é simpático, parece melhor que o outro e cá vai mais disto. O outro na Madeira, é como é, mas faz e pode ser que este também faça. Aquele presidente daquele clube de futebol é o que se sabe mas eles ganham.”

Quando será que termina esta auto-flagelação? Não será altura de dar uma pedrada no charco? Há muitas formas de o fazer, mas a mais fácil é tão simples como fazer uma cruz de um partido que não é responsável pelo estado a que chegamos e não assinou um acordo que apenas vai atacar mais o povo e não vai resolver os problemas do país. É não votar contra si próprio, é não ser masoquista.

Eu cá voto BE.


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