Meio bacalhau e uma perna de perú temperados com austeridade para o Natal


Ah o Natal, parece tão distante quando o Sol brilha e estão 24 ºC lá fora. (Sim, nos Açores por esta altura 24 ºC já é muito bom). Este ano provavelmente a época natalícia vai chegar a passos largos, até porque será, para muita gente, uma época bastante mais pobre. O que é bom acaba sempre depressa. O novo primeiro-ministro, que quer ser, não apenas o bom aluno, mas o supra-sumo dos alunos da Europa, superando até os sonhos mais loucos de Angela Merkl e Sarkozy, decidiu cortar 50% do 13º mês, acima do ordenado mínimo. Toda a gente já deve saber, não quero ser eu a dar esta notícia a mais ninguém.

Interessante é verificar que em Abril o nosso PM não pensava assim. Mudou de opinião depressa. Depois de 6 anos de José Sócrates, estamos mais do que habituados a este tipo de cambalhota. É possível que muita gente tenha votado em PPC para uma solução de governo com um PM que não mentisse, que resolvesse o problema da dívida, que cortasse na despesa do Estado obeso (não gosto da palavra gordo) e não pedisse ainda mais sacrifícios. Pois é, parece que o Estado obeso somos nós.

Infelizmente duvido que os desejos de austeridade de PPC, qual grávida a desejar morangos, terminem por aqui. Como já devíamos todos ter aprendido, a austeridade apenas nos afunda cada vez mais e a receita que esta gente nos dá para nos tirar deste poço é apenas mais austeridade com uma pitada de… austeridade. E cá vamos nós, alegremente a caminho do fundo do poço. Não, ainda não chegamos lá. Os gregos estão quase, têm um ano de avanço mas parece que nos queremos vingar, da derrota no euro  2004, e ganhar esta corrida para o abismo.


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