João César das Neves vs Jon Stewart


Hoje, enquanto queimava algum tempo num café logo pela manhãzinha, que não estava nada fresca, folheei o Açoriano Oriental de hoje. Depois de ler o que me interessou, voltei a folhear o jornal e chamou-me a atenção o título de um artigo de opinião de João César das Neves (JCN) que está publicado no DN de hoje (ou será de ontem?): “O poder de Jon Stewart”.  Adoro o “Daily show”  por isso fiquei curioso por ler o que iria sair dali.

Antes de começar quero só dizer que isto de comentar a opinião é um exercício que nunca fiz e espero não ter vontade de o fazer muitas mais vezes. Mas este artigo deu-me demasiada vontade de rir e não resisti. Vou adicionando uns comentários aos excertos, a grande maioria a brincar.

Ora vamos lá a algumas passagens:

Os nossos antepassados ensinavam que “não se brinca com coisas sérias”. Esta sentença, crescentemente criticada nas últimas gerações, tem violação evidente na extraordinária carreira de Jon Stewart.

Senhor Jon Stewart não havia necessidade… A brincar com coisas sérias?

Mas ele também não é um comediante, tratando de assuntos sérios e candentes com opinião clara e contundente, marcando a visão de um número crescente de espectadores, sobretudo jovens.

Sendo as ideias do Jon Stewart (JS) normalmente progressistas isso preocupa o autor. Se fossem conservadoras haveria problema?

Quem influencia a realidade só para brincar e divertir-se acaba sendo perverso.

Mas afinal não o JS não tinha opinião e influenciava os jovens? Já não percebo nada…

Ao longo dos séculos, a sátira foi uma saudável influência na política, com Aristófanes, Diógenes, Horácio, Juvenal, Molière, Swift, Voltaire ou George Orwell; os bobos da corte eram decisivos na denúncia do mal através do riso. Mas não se pode confundir isto com o Daily Show, porque o propósito é precisamente o oposto.

Espera aí. Isto é profundo e exige reflexão… O oposto? Quer dizer que o JS é decisivo na denúncia do riso através do mal? Será mais profundo do que isto? Será que o JCN (Jesus Cristo de Nazaré também é JCN, que coincidência) quer dizer algo como “JS faz uso do riso para difundir o mal”? Fica a interrogação.

Isso, que é há muito visível nos tablóides, sente-se cada vez mais nos telejornais; mas também na divulgação pseudocientífica de canais como National Geographic e sobretudo nos reality shows, onde a própria ficção finge ser verdadeira.

A crítica ao National Geographic tocou-me. Adoro programas de “pseudo-ciência” até porque não tenho pachorra para ler artigos científicos quando quero relaxar um bocado a ver TV. Com a ciência também é possível fazer entretenimento e, se calhar, isso até ajuda a que mais pessoas se interessem por ela.

O remate final.

O riso pode ter um enorme poder destrutivo, como sabe bem quem seja atingido pela galhofa. Uma piada mal dirigida estraga mais do que um murro. Por isso é tão perigoso brincar com coisas sérias.

Houve um dia que, ia eu no passeio a pensar na morte da bezerra e tropecei, um monte de gente riu-se de mim. Fui atingido pela galhofa, fiquei destruído pá… E imaginem só aquela gente dos programas dos apanhados, são famílias inteiras destruídas com aquilo.

Ups… fiz um post a brincar com coisas sérias :S.


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