O meu voto no domingo


No último dia de campanha eleitoral nos Açores escrevo este artigo que vou dividir em duas partes, de igual importância.

Porque vou votar no próximo domingo?

Segundo uma certa linha de pensamento que abunda em conversas de café ou nas redes sociais (dois espaços com o mesmo âmago) não vale a pena votar porque os políticos (e os partidos) são todos iguais, e, sejam quais forem os resultados das eleições, não existirão diferenças na governação e, consequentemente, na vida das pessoas.  Esta linha de pensamento é a desistência da democracia. Podemos criticar a nossa democracia das mais variadas formas, e há muito para criticar a começar pelo facto de vivermos sob intervenção externa e de o governo fazer, com gosto, o que a troika lhe ordena. No entanto, até esse forte argumento, pode ser facilmente refutado pois, entre os partidos portugueses, existem vários que são contra a intervenção externa. Que melhor forma de manifestar o desacordo com essa intervenção do que dar o nosso voto a um desses partidos?

Votar é não deixar que sejam apenas os outros a decidir sobre as nossas vidas. Por mais pequena que seja a influência do nosso voto, não a exercer voluntaria e conscientemente é desistir da democracia, do país e de nós mesmos. Agora mais do que nunca é preciso que a voz de todos seja ouvida e para que partilhemos a responsabilidade dos caminhos a seguir. Sim, porque votar é também assumir responsabilidades. Tomar uma decisão é sempre assumir uma responsabilidade. Não votar é, portanto, a fugir à responsabilidade de decidir sobre o nosso próprio futuro. Quantos de nós nos abstemos de tomar decisões importantes nas nossas vidas? Votar é mais uma delas, uma que não podemos delegar a ninguém.

A democracia é muito mais do que votar, mas o voto  é um excelente começo.

Porque vou votar no Bloco de Esquerda?

O chamado “voto útil”, é votar no mal menor, é desistir é premiar a mediocridade e abdicar de um ideal de uma sociedade mais justa.

O verdadeiro voto útil é aquele em que acreditamos. O Bloco de Esquerda defende aquilo em que acredito e, nos últimos quatro anos, tem realizado um grande trabalho na Assembleia Legislativa Regional, na defesa de quem trabalha, de quem trabalhou uma vida, sempre lutando pela escola pública, pela saúde para todos, diariamente procurando diminuir o fosso na região mais desigual do país.

Com apenas dois deputados, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda/Açores foi o que mais trabalhou e, atrevo-me a dizer, o que melhor trabalhou, pois muitas vezes foi a única verdadeira oposição à austeridade que lentamente chegou aos Açores e que rapidamente elevou o desemprego a mais de 15%, acima da média nacional. Não esqueço que foi o Bloco de Esquerda que propôs que o novo código do trabalho não fosse aplicado nos Açores, e também que foi o único partido a votar a favor dessa mesma proposta.

Esta será a primeira proposta do novo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda. A primeira de muitas que constam do seu manifesto eleitoral.

É porque este partido não desiste, porque irá sempre lutar contra a austeridade, seja ela do governo da república ou do governo regional, e irá defender a Autonomia e os Açores, que eu voto Bloco de Esquerda.

Declaração de interesses:

Sou aderente do BE e candidato pelo círculo de São Miguel à ALRAA.

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