O Bloco de Esquerda exigiu esta semana, no parlamento regional, explicações sobre o anunciado Plano de Reestruturação do Sector Empresarial Regional por considerar urgente clarificar e submeter ao escrutínio público o pensamento do Governo Regional sobre o futuro dos serviços públicos e das empresas públicas dos Açores.
Deste plano a decisão mais importante é a desastrosa privatização de 49% da Sata Internacional. Esta decisão é um mau presságio para o futuro dos serviços públicos na nossa Região e um sério atentado à nossa autonomia e ao direito à mobilidade dos açorianos e açorianas.
O Presidente do Governo Regional e altos dirigentes do Partido Socialista dos Açores, dizem que chegou a hora da administração regional se retirar de vários sectores da nossa economia para entregá-lo aos privados. O que preside a esta ideia é tão só a lógica económica neoliberal. Estas estas políticas foram desenhadas para satisfazer as reivindicações da direita e de sectores económicos regionais que vêm agora a oportunidade de aumentar os seus lucros à custa dos serviços públicos.
O Bloco de Esquerda defende a existência de serviços públicos com boa administração pública e, sempre que o interesse público o justifique, a manutenção e a criação de empresas públicas, bem geridas.
A boa gestão destas empresas, não é, no entanto, sinónimo de lucros. Como bem sabemos, a sua mais valia para os Açores mede-se pelo seu papel social e estratégico para a economia, na defesa da democracia e pela garantia de acesso da população aos serviços públicos.
Os interesses económicos, a par com o PSD e, a espaços, com o CDS têm defendido que a administração regional tem de sair da economia para entregar assim mais setores aos privados. Esta é a linha, com a qual o Partido Socialista parece estar hoje em sintonia, aprofundando a via açoriana do liberalismo económico.
O governo regional do PS vai assim ceder ao poder económico e à direita, que clamam pela entrega desta e de outras áreas à gestão privada, abdicando de defender os serviços públicos. Ou seja, o governo regional vai abdicar de defender os açorianos e açorianas de serem ainda mais maltratados por privatizações ruinosas, como a dos CTT e tantas outras.