O voto seguro à esquerda é no Bloco


A campanha eleitoral para as eleições que se realizam no próximo dia 30 chega amanhã ao seu término. Apesar de curta, foi uma campanha intensa.

Catarina Martins sempre foi clara, desde a primeira hora, quanto ao propósito do Bloco: fazer um acordo à esquerda para salvar o Serviço Nacional de Saúde, aumentar salários, combater as alterações climáticas e os seus impactos. O Bloco não se desviou um milímetro desse objetivo, apontando sempre as barreiras erguidas, principalmente desde 2019, pelo governo do PS como um obstáculo a esse propósito. Foram essas barreiras, intransigências e a total indisponibilidade para negociar, fosse o que fosse, que levaram ao chumbo do orçamento do estado para 2022, precipitando estas eleições.

Na campanha encontramos um PS apenas à procura da melhor tática de campanha para chegar à maioria absoluta. Primeiro foi o discurso da “maioria clara” a que se seguiu a “metade mais um” e, dias depois, a introdução da palavra “absoluta”. Pelo meio António Costa afirmou que a geringonça tinha morrido em 2021 (na verdade Costa matou-a em 2019) e que tinha perdido a confiança nos partidos à sua esquerda.

Todavia, talvez movido pelas sondagens, António Costa abandonou a exigência da maioria absoluta e admite dialogar com todos, exceto com a extrema-direita. Mas o que é isso de diálogo com todos? Que governo quer Costa? Que caminho quer fazer na saúde: o reforço de um SNS público e gratuito e acessível a toda a gente com o Bloco, a sua entrega a privados com a IL, ou a criação de um SNS gratuito só para quem seja pobre como defende o PSD?

O exemplo da saúde torna clara a total incompatibilidade dos programas da direita e da esquerda e as decisões que é necessário tomar. É preocupante que o PS não seja capaz de dizer com clareza que caminho quer fazer: se o que leva a um acordo à esquerda, se um bloco central com o PSD. Um PSD mais preocupado em falar do gato de Rui Rio do que do seu programa para o país. Um PSD que vê a subida do salário mínimo como um problema e não como uma alavanca para subir também os restantes salários.

Por isso, o único voto que assegura a possibilidade de um acordo à esquerda que possa continuar o caminho interrompido em 2019 é o voto no Bloco. Só o voto no Bloco levará o PS a negociar à esquerda.

Os açorianos e açorianas sabem bem o que são maiorias absolutas do PS. Mas também sabem o que é a direita no poder apoiada pelo Chega. Se o Chega já chama malandros aos açorianos em direto nas televisões nacionais e usa o governo regional dos Açores como um mero instrumento de luta política, imagine-se o que fará aos Açores num governo de direita.

É preciso evitar um governo de direita, que imporá retrocessos, e construir um caminho à esquerda. O voto no Bloco é o que melhor o garante, é o que mais contribui para a derrota da direita.

Escolhemos no dia 30 os nossos representantes na Assembleia da República e assim decidimos que maioria se forma e que governo teremos. Nos Açores, o Bloco teve como voz a Jéssica Pacheco que, com os outros candidatos e candidatas da lista, apresentou um programa claro para os Açores. Fê-lo com convicção, combatividade, clareza e conhecimento. Apontou os problemas, os incumprimentos da república e foi exigente, como somos no Bloco. Apresentou sempre soluções e uma estratégia para resolver os problemas de fundo que os Açores enfrentam.

Foi uma grande candidata, os Açores terão muito a ganhar se for eleita no dia 30 pois terão uma deputada de exceção!