O preço da liberdade


Qual será o preço de ter algo que é gratuito, de livre distribuição, personalizável e que nós próprios somos autores? Algum trabalho apenas… se o construíres. Absolutamente nenhum preço se não fores um autor dessa construção. Mas o mundo tem outras prioridades, e nelas a palavra “gratuitidade” poucas vezes se encaixa na mente dos Homens. Se algo existe que é livre e gratuito há que encontrar formas de privar quem o usa de algo que gosta. -Queres um gelado? Então deixa lá esse parque infantil e vem ao centro comercial. Uma pequena chantagem, inocente. Afinal que mal faz ir um pouco ao centro comercial para comer um gelado? afinal os gelados também são bons e lá são do melhor!
Não, não estou a falar de gelados, centros comerciais e parques infantis, e muito menos de crianças também (embora também se posso aplicar em parte). Se substituirmos um gelado por um jogo de computador, se substituirmos o centro comercial pelo (quase) monopolista dos sistemas operativos (windows) e se substituirmos o parque infantil pelo mundo livre do GNU/Linux temos o preço da liberdade que falava. Tantos e tantos adeptos de Linux utilizam-no em dual-boot com o windows… e porquê? por causa do entretenimento! Nomeadamente os jogos, já que som e vídeo com um pouco de trabalho funcionam tão bem em linux como em windows. Às produtoras pouco interessa produzir jogos para linux… porquê? porque muito pouca gente o usa para que seja viável o investimento (apesar de muitos jogos serem desenvolvidos em linux). E porque tão pouca gente usa linux? para além de outras mil e uma razões que não vou enumerar aqui, também porque quase não há jogos que rodem directamente em linux. Ah, mas ainda entra um terceiro factor… os grandes jogos, os grandes títulos são verdadeiros “comedores” de aceleração gráfica. As produtoras de placas gráficas (ex. NVidia, ATI) suportam mal os seus produtos em linux… porquê? Para quê perder tempo em produzir drivers para uma plataforma onde pouco se joga?
Então será esse o preço da liberdade? E quem deveria pagá-lo? Nós ao deixarmos de jogar os grandes títulos, ou o triângulo produtoras de videojogos – Microsoft – produtoras de hardware gráfico?

Ninguém disse que a liberdade seria barata, mas quantos mais forem livres mais o mundo olhará para eles.


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